segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O mundo da cozinha é assim...


Calor desde as primeiras horas do dia. A pele seca. a boca amarga. Os lábios ressecam. Litros e litros d´água. Mize en place (palavra francesa que designa o fato de preparar e organizar o alimento que será vendido e todos os ingredientes de cada prato) toda hora. Pausa apenas quando o serviço começa.

Turno de oito horas? Sim! Geralmente dois por dia.

Sentado?

Nunca. A não ser durante cinco minutos para um lanche rápido antes do serviço do meio-dia e outros 15 minutos para o jantar, aí sim, mais consistente, antes das outras seis horas de serviço no turno da noite.

O dia na cozinha é longo. Dezesseis horas de trabalho.

Dorme-se pouco quando não está em off (dia de repouso).

Gritos. Barulhos os mais variados. Fritura. Exaustores, Refrigeradores. O som da cozinha é fantástico.

Merda! Alguém sempre vai ser premiado com muita merda. No sentido de que o head chef vai sempre ferrar com alguém que está mal preparado ou apenas chegou para o trabalho num dia de "bad moon".

No entanto, passado o período difícil, a única certeza é que um novo dia começará. Apesar de sempre igual, a cozinha é muito versátil. De mudanças constantes.

É preciso ser muito forte emocional e fisicamente para suportar a rotina da cozinha.

Transpiração. Dedicação. Concentração.

Tudo pelo cliente. É ele quem paga o nosso salário.

A ginástica corporal que se faz dentro de uma cozinha profissional, ainda mais no exterior e principalmente em Londres, onde a competição exala à flor da pele, é impressionante ao ponto de te transformar rapidamente em um quase alterofilista. Ou malabarista, ginasta, enfim...

Dificilmente consegue-se apagar literalmente. Antes de dormir e depois de um dia qualquer de 16 horas dentro de uma cozinha, a cabeça, ao deitar-se no travesseiro, emite sons. Os olhos fecham mas as imagens continuam. O sono demora a chegar.

Ainda mais quando a mente já está programada para dormir quatro horas, porque logo em seguida começará tudo novamente, já que ainda não é chegado o dia OFF.

Começa tudo novamente. Cedo da manhã. Mais um dia de cozinha.

Onde tudo isso vai acabar? Ainda não descobri.

O fato é que, apesar de tão fifícil, existe uma alquimia inexplicável entre o prazer de cozinhar, a dor e a raiva do errar, cortar-se ou queimar-se e o sabor inigualável do acerto.

Para, no final de outras dezesseis horas, poder, quem sabe, programar a mente para o apagar das luzes. Para mais um off que chega. Descanso. Sono sem hora para acabar. Repouso do corpo e da mente. Programar tudo para mais um dia de cozinha que nascerá logo ali, após o tão esperado OFF.


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Absorvendo Einstein...




Einstein:


"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta"


" A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro".


"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer".


"A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar".


"Nem tudo o que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado".


" A distinção entre passado, presente e futuro é uma ilusão teimosamente persistente".


"A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso passará pela vida sem ver nada".
"Não tentes ser bem sucedido, tenta antes ser um homem de valor".
"A imaginação é mais importante que o conhecimento".
" A tradição é a personalidade dos imbecis".
"O segredo da criatividade é saber como esconder as fontes".
"Se A é o sucesso, então A é igual a X mais Y mais Z. O trabalho é X, Y é o lazer e Z é manter a boca fechada".
" Quem nunca errou nunca experimentou nada novo".
" Não quero ser um gênio... já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem".

A nova cara dos ítalo-ingleses

O homem que está mudando a feição do até então carrancudo modo inglês de jogar bola
O futebol dos ingleses está mudando. Já não há muito o que discutir se Capello sabe ou não o inglês - idioma. O que ele entende, mesmo, é sobre como ensinar ao inglês a linguagem do mundo da bola.
A Inglaterra passeou no Wembley. O jogo terminou agora há pouco com 5 gols contra um único da Croácia e a vaga assegurada na Copa da África no ano que vem.
É muito fácil perceber as mudanças iniciais. Basta analisar o video tape do jogo e perceber que dos 5 gols, três deles foram resultados de cabeceios, com passagens de laterais pelas pontas, marcação em duas linhas simples de quatro e a distribuição rápida da bola no campo de defesa. Ashley Cole pela esquerda e Johnson pela direita encontraram liberdade para evoluir até a linha de fundo durante praticamente todo o tempo de jogo. Com Lampard sobrando na marcação, espaço para Gerrard. O meia que não erra passes deu início à praticamente todas as boas jogadas de ataque da escuderia dos três leões.
Depois de ter soterrado o 4-3-3 histórico dos ingleses, Capello agora parte para uma segunda etapa: o posicionamento e a posse de bola. Notem que, durante a partida, quando tinha a posse de bola, a Inglaterra procurava algo até então muito pouco visto. A inversão do jogo. Bola em toques rápidos. Domina, toca. Gira. Inverte. Passam os laterais. Os meias encostam. O triângulo pode ser visto. O pivô geralmente encosta para fazer o penúltimo passe, antes de receber de volta na frente. Papel de Rooney.
Para um estilo mais duro de jogar, a dança de meio campo de Fábio Capello vêm agradando até os mais fervorosos criticos de cadeiras cativas nos pubs capital a fora.
A Inglaterra está na Copa. A deixa do locutor, ao finalizar a transmissão da ITV foi a seguinte: "Ainda não sabemos se estamos prontos para ganhar, mas sabemos que já estamos lá".
Se ainda é muito cedo para arriscar palpite, sobre espaço para uma última observação: parece mesmo que Beckham já não tem mais vez. Em breve, muito breve mesmo, estará com mais tempo para vender perfumes e participar de propagandas de cuecas e gravatas. Isso porque Lennon, do Tottenham Hot Spurs está jogando uma bolinha redonda.
Campanha vitoriosa esta do marketing, não é, David!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Exposição "Coisas e gente"

Esta mostra é parte de um passeio à beira do Tâmisa. Tem como objetivo nada mais do que o olho que se deixa percorrer trajetos. Capta o detalhe. Flagra coisas do cotidiano. Pessoas. Movimento. História. Assinam André e Raquel. Clique nas fotos para ampliá-las.

































Artistas de rua - parte III

A última parte dos equilibristas de bacias. Os caras deram um baita show. Vale mesmo passar a bacia... e receber uns trocados no final.


Artistas de rua - parte II

Continuação...


Os donos da rua - a arte quase esquecida

Não fosse por alguns poucos sobreviventes, uma das maiores manifestações culturais ao longo dos séculos estaria esquecida em toda a Europa. Mas, graças a eles, a arte se reinventa, recria, performances são alteradas, formas, cores, números e a graça do artista se renovam, a cada dia que passa. Os artistas de rua continuam encantando o povo. E assim sempre será. Quando há talento, o prazer da performance está em todos os gestos, em tudo na vida. Como dizia Raul: "a formiga só trabalha porque não sabe cantar..."
Embaixo da ponte, um local para arte, não ao crime. Esta é a grande diferença.

Exposição "Il cuore dei fiori"

Estas fotos foram feitas ontem, apenas alguns metros antes de chegar ao Rio Tâmisa, numa praça chamada Victoria Embankment Gardens. São fotografias com zoom apurado. Assinam André e Raquel. Desejamos um bom passeio em meio às cores. Para ampliá-las, basta clicar na imagem, que abrem em tamanho maior.

























domingo, 6 de setembro de 2009

A propósito...

Não deu. Fiquei acordado até a uma da manhã; fui dormir faltando menos de meia hora para o jogo do Brasil contra os hermanos. Pior que o sentimento de perda em relação à partida, ficou a impressão de ter perdido um braço. Uma perna. Um pedaço do "célebro". Foi no You Tube. Narração de Galvão Bueno. Terceiro gol do Brasil e, de repente, lá vai ele:
- Kaká fez tudo certo, esperou a deslocação de Luís Fabiano...
Alguém aí, por favor, explica como eu escrevo "deslocação". Com dois ésses ou C cedilha mesmo?
Dá-lhe Galvão Bueno! O pai de todos!!! Há quem ache o máximo.
Bem amigos, vou fazer uma "deslocação" para a cama, porque já está tarde.

sábado, 5 de setembro de 2009

Triciclo taxi é opção de emprego de muitos brazucas em Londres

Dar uma voltinha de bicicleta sem precisar pedalar. Ver pontos turísticos, tomar um trago ou até mesmo dividir a aventura com outros 2 ou 3 amigos. As vezes até 4!
É assim que funcionam os triciclos. Os ciclistas sabem decor os trajetos, geralmente curtos entre um e outro, no centro turístico da cidade. Mais do que um passeio para turistas, o triciclo se torna ainda mais útil em dias de congestionamento, ou quando o taxista está distante, até mesmo para uma jornada um pouco mais longa de volta à casa depois de uma balada na madruga.
É assim que vivem inúmeros brazucas na capital dos ingleses. Ganham a vida pedalando. Entre uma volta e outra, o transporte de pessoas pode custar até £30. Mais tips (gorjetas). E eles garantem que o mais divertido é poder contar inúmeras histórias malucas, de gente doida, bêbados, flagras, perguntas esquisitas, chuva, frio, neve e a virada da noite para o dia no pedal.
Mas uma coisa é tão certa quanto a noite de céu avermelhado: é um trabalho exercício que resulta em boa forma física. Vai encarar?