sexta-feira, 9 de julho de 2010


Eles se encontram, no cais do porto, pelas calçadas.

Magia branca.

Fazem biscates pelos mercados, pelas esquinas.

Peregrinos.

Carregam lixo, vendem revistas, juntam baganas.

Na cozinha.

E são pingentes nas avenidas da capital.

Pedem perfeição. Concentração. Energia.

Eles se escondem pelos botecos, pelos cortiços.

Sempre na luta.

E pra esquecerem contam bravatas, velhas histórias.

Durante o trabalho.

Então são tragos, muitos estragos por toda a noite.

Ele olha a pequena jarra medidora a dois metros e meio de distância.

Olhos abertos, o longe é perto e o que vale é o sonho.

Arremessou o guardanapo metade molhado, metade seco, que acabara de enxugar as mãos.

Sopram ventos desgarrados, carregados de saudade.

A bolinha de papel passou ao lado da cesta. Digo, da jarrinha em cima da mesa de trabalho. Contra a parede.

Viram copos, viram mundos.


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Mas o que foi, nunca mais será.

O que foi, nunca mais será.


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Cevavam mate, sorriso franco, palheiro aceso.

Entre uma mesa e outra.

Viravam brasas, contavam causos, polindo as facas.

Numa cozinha de alta qualidade.

Calor intenso, café bem quente, muito alvoroço.

Uii Chef!

Arreios firmes e nos pescoços lenços azuis.

Peguei a bolinha de papel.

Jogo do osso, cana de espera, e o pão de forno.

Caminhei na direção onde ele estava, ao lado de outros três ou quatro, entre Chefs e garçons.

O milho assado, a carne gorda, a cancha reta.

Falei para ele que acertaria a pequena cesta de costas.

Olhos abertos, o longe é perto e o que vale é o sonho.

Concentrei e arremessei.


______________!!!!!________________


Mas o que foi, nunca mais será.

O que foi, nunca mais será!

Mas o que foi...

nunca mais será.

Será!!











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